Novo “não existe mais”, diz Amoêdo
O empresário e co-fundador do partido Novo, João Amoêdo, afirmou na tarde desse domingo (12/02), em postagem feita no perfil dele no Twitter, que a legenda perdeu sua essência e se tornou apenas mais uma sigla no meio de um monte de outras.
Para sustentar a afirmação, ele argumentou que este foi o resultado do grupo político se tornar “linha auxiliar do bolsonarismo” e produzir frutos insignificantes.
“O NOVO, fundado 2011, comemoraria hoje 12 anos. Entretanto, o partido que se comprometeu a não utilizar recursos públicos, a seguir princípios, que teve 48 mil filiados, que arrecadava 3x o que gastava, que elegeu 4 vereadores em 2016 e 21 mandatários em 2018 não existe mais.
Ele foi destruído a partir de 2020 pela atual gestão. Os dirigentes entregam resultados pífios, mas prometem, contra todas as evidências e para se manterem no poder, que no próximo pleito será diferente .
Enquanto isso o número de filiados despenca, a arrecadação não é suficiente para pagar as contas da instituição, a imagem do partido sofre e a legenda é vista como linha auxiliar do bolsonarismo.
Sem identidade, sem relevância e com poucos filiados, resta trazer políticos insatisfeitos com seus partidos e usar dinheiro público, obtido em gestões anteriores.
O ex-Novo faz assim, de forma oportunista e dissimulada, o velho roteiro que o NOVO de 2011 nasceu para combater.”
Casamento em crise, Novo problema…
Em novembro do ano passado, o empresário anunciou a desfiliação da sigla. Amoêdo foi suspenso um mês antes, em outubro, após declarar voto em Lula nas eleições presidenciais.
“Seria incoerente permanecer em um partido com o qual tenho diferenças de visão, de propósito e de conduta”, justificou.
Na ruptura com o partido, ele fez críticas à linha de conduta do Novo.
“Ao longo dos últimos 33 meses, sob a atual gestão, o Novo foi sendo desfigurado e se distanciou da sua concepção original de ser uma instituição inovadora que, com visão de longo prazo, sem culto a salvadores da pátria, representava a esperança de algo diferente na política”, afirmou.
O co-fundador da sigla acusou também as lideranças de ter se integrado com a velha política e praticá-la dentro da instituição.
“O Novo atual descumpre o próprio estatuto, aparelha a sua Comissão de Ética para calar filiados, faz coligações apenas por interesses eleitorais, idolatra mandatários, não reconhece os erros, ataca os Poderes constituídos da República e estimula ações contra a democracia”, disse.
Pega o boné e vai embora…
Após os disparos feitos contra a sigla e seus dirigentes, o outro lado não se conteve, foi direto e objetivo ao apontar: declarar voto em comunista foi um ato imperdoável.
Sem muita cerimônia, o atual presidente do partido, Luiz Felipe D’Avila, falou em traição à sigla e aos valores defendidos pelos correligionários.
“A declaração de voto de Amoedo ao Lula é uma traição aos valores liberais, ao partido Novo e a todas as pessoas que criaram um partido para livrar o Brasil do lulopetismo que tantos males criou ao Brasil.
Amoedo: pega o boné e vai embora. Você não representa os valores liberais”, tuitou.
Partido Novo, treta velha
As divergências e contradições apontadas pelas lideranças da agremiação passam por um episódio considerado traumática pela maioria.
Amoêdo se posicionou contra a soltura do ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) em fevereiro de 2021.
No Twitter, o ex-representante da legenda discordou da decisão:
“Como filiado do NOVO, discordo do voto da bancada que foi contra a manutenção da prisão do deputado bolsonarista.”, postou.
Além disso, João revelou frustração com o alinhamento partidário ao governo do ex-presidente Bolsonaro.
“É decepcionante, também, que o partido não seja oposição ao desgoverno que temos hoje.
Não era esse o papel que imaginávamos para o NOVO quando da sua fundação.”, completou.
As falas ecoaram em Brasília e geraram uma tremenda indigestão ideológica interna.
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Este homem percebeu que nunca seria presidente e ficou revoltado. Viu paulo guedes voando e suas chances de ser o herói da pátria se esvaindo. Agora é a sombra de alguém que ja foi admirado por alguns tolos.